terça-feira, 9 de setembro de 2008

Amanhã, Gilda Oswaldo Cruz no Palácio Foz em programa de Villa-Lobos e Santoro.

A pianista brasileira Gilda Oswaldo Cruz apresenta-se nesta quarta-feira dia 10 de setembro às 18:30hs no Palácio Foz dentro da Série Música no Museu. com um programa dedicado a Villa-Lobos e Cláudio Santoro. Adianta-se assim às comemorações do ano que vem, quando transcorrem respectivamente cinquenta e vinte anos da morte dos grandes compositores brasileiros. O evento tem todo o apoio da Embaixada do Brasil em Portugal.
Gilda vive na Europa desde 1984, dividindo-se entre Lisboa e Barcelona. Em 2001 gravou o primeiro disco do selo Biscoitofino, com um CD dedicado à música de Santoro. Em 2005 gravou o segundo, ambos com excelente recepção pela crítica e pelo público. A pianista se especializou na divulgação da música brasileira na Europa e este mês está em curso em Portugal uma série de treze programas radiofônicos que produziu e apresentou para a rádio Antena-2 sobre a vida e obra de Heitor Villa-Lobos. A série deverá ser retransmitida pela Rádio-Mec.
Gilda Oswaldo Cruz nasceu no Rio de Janeiro, iniciou-se com Wilma Graça e Liddy Chiaffarelli Mignone, e formou-se na Escola de Música da UFRJ sob a direção de Arnaldo Estrella. Ingressou muito jovem na Escola Superior de Música de Viena, onde veio a diplomar-se com brilhantismo na classe de Hans Graf. Detentora de um primeiro prêmio no Concurso Internacional Elena Rombro-Stepanow, dedicou-se à música de câmara até retomar sua carreira de solista em 1987, a partir de Barcelona.
Perguntada pelo crítico João Luís Sampaio, do Estado de São Paulo, sobre sua relação com a música de Santoro, Gilda escreveu: "Santoro aparecia de vez em quando em minha casa de Copacabana quando eu era menina. Ia compor canções no meu pianinho de estudante, pois estava no Rio sempre de passagem. Eu me sentava ao seu lado e ficava horas escutando-o tocar, escrever e cantarolar. Mais tarde, em Viena, ele aparecia por lá. Nelson Freire – grande amigo – me ofereceu no Rio um exemplar da Balada, obra magnifica que Santoro dedicou ao Nelson. Foi o começo de minha grande curiosidade e admiração pela sua escrita.
Finalmente Jeannette Herzog, amiga e curadora da obra santoriana, me passou fotocópias quase ilegíveis de grande número de peças para piano, muitas delas praticamente inéditas".
De Villa-Lobos, Gilda se lembra de ter ido recebê-lo, já no fim da vida do compositor, de volta de uma viagem à América, no aeroporto do Galeão, cantando com o coral de sua escola "Amigo, seja benvindo". Diz ela: "eu não estava preparada para me emocionar, mas quando vi aquela figura de grande homem passar entre nós com um sorriso de surpresa comovida, vieram-me lágrimas aos olhos." A produção dos programas para a rádio portuguesa a levou a enfronhar-se na obra do maior compositor das Américas, do qual ela se tem feito intérprete e divulgadora na Europa."

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