terça-feira, 23 de setembro de 2008

Imprensa americana evita falar de crise.

Uma lição para os nossos jornais.

. . . . . . . . . . . . . . . .

(Meios e Publicidade, por Diogo Carreira) Os media norte americanos têm evitado “intensificar” a crise financeira das últimas semanas. Segundo o El Mundo, a maioria das redacções tem tido maior cuidado com palavras como “pânico”, “quebra” ou “apocalipse” com o objectivo de evitar especulações. Segundo o mesmo jornal, a maioria das notícias sobre companhias usam termos como “derrapam”, “abalam” ou “ficam reticentes”, mas nunca palavras como “caiem”, “fracassam” ou “são esmagadas”. Também “crack”, “pânico” e “bancarrota” são evitadas, segundo Robert H. Christie, porta-voz do The Wall Street Journal, citado pelo El Mundo. Ali Velshi, responsável da secção de negócios da CNN, também admite o cuidado de “não usar palavras como crise e queda livre”. Marcus W. Brauchli, editor executivo do The Washington Post, reconhece que as notícias sobre Wall Street estão a ser tratadas de forma diferente. No entanto, houve meios de comunicação acusados de contribuir para o colapso de instituições como o banco Bear Stearns e a companhia Indymac. O The Wall Street Journal, por exemplo, teve manchetes que falavam na “pior crise financeira desde a grande depressão”. Lawrence Ingressiam, chefe da área de negócios do The Times, afirmou que é impossível “não dizer que vivemos uma crise” mas que, no entanto, não se refere “que há três ou cinco instituições que podem cair nas próxima semana”.

Sem comentários: